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Milena Coelho

Marketing

O QUE VOCÊ DEIXOU DE SER QUANDO CRESCEU?

Outro dia li essa frase em algum lugar e fiquei intrigada. Fui ler, e o texto falava sobre o quanto somos doutrinados desde cedo a pensar: “O que eu quero ser quando crescer?”. Sim, isso acontece de fato, mas por que não aplicar essa frase em nossa maternidade?

Toda mãe, ou pelo menos a maioria que eu conheço, são ansiosas para verem seus filhos se desenvolvendo e alcançando os objetivos esperados, de preferência LOGO: começar a andar, a falar, largar a chupeta, deixar de usar fraldas… Ações naturais que toda e qualquer criança irá vivenciar e superar, mas não importa, queremos que nossos filhos vençam esses desafios e de preferência, sendo os primeiros.

A gente escuta: “Meu filho começou a andar com 9 meses” “Com 1 ano e 3 meses meu filho mais novo já não usava mais fraldas” “o meu nunca aceitou a chupeta”, e daí por diante.

Eu escuto e penso “legal!”. Faz parte do crescimento. Todos irão superar isso, então para que tanta ansiedade?

Essas expectativas são depositadas com o passar do tempo em outras ações, como alfabetização precoce, exigência por falar 2 línguas (mesmo que você ou o pai não dominem outra língua), antecipar o ano de crianças que estão próximas ao corte, grupos de pesquisa, entre outros estímulos que muitas vezes impomos, quando a criança deveria na verdade BRINCAR!

Vejam, sou totalmente a favor do inglês para crianças. Meus filhos tem, aprendem, e de vez em quando até me surpreendem com algumas frases que soltam naturalmente. Entendo que deva ser NATURALMENTE.  E quando formos capazes de entender e RESPEITAR o tempo das crianças, iremos certamente proporcionar mais infância a elas.

Eu gostaria que meus filhos aproveitassem a infância plenamente, exteriorizando suas vocações tranquilamente, sem cobranças quanto a saber demais. Tenho orgulho de vê-los sujos, cheio de amigos, interagindo com as brincadeiras, aprendendo a esperar, a dividir, a ter compaixão por outra criança. Acredito que esses estímulos os tornam mais seguros e felizes, e eles sendo felizes, eu sou MUITO MAIS!

Isso em nada tem a ver com não dar estímulos, não proporciona-los conhecimento. Imagina! Temos o dever de fazer nossa parte. De olhar para nossos filhos e perceber aptidões, de corrigir o que está errado, de compartilharmos informação, proporcionarmos educação de qualidade (nem sempre é possível em nosso país).

O que eu pondero aqui é o controle da nossa necessidade em pular etapas. É deixar que nossos filhos vençam cada desafio no tempo deles, sem pressão. Sem comparações. Refletirmos quantas coisas nossos filhos poderão deixar de ser quando crescerem por conta da nossa inquietude.

Já dizia Jean Piaget: “Nasceu gente, é inteligente”.

SIMPLES ASSIM.

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